JOSÉ CARLOS FARINA, BLOGUEIRO E YOUTUBER

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

ARROZ COM FEIJÃO - UM ÓTIMO ALIMENTO

FOLHAWEB

O feijão com arroz, tão comum no prato do brasileiro, é uma ótima combinação alimentar
Shutterstock
Não há uma quantidade mínima diária a ser consumida, desde que não haja exageros
Se perguntarmos para qualquer brasileiro sobre seu prato predileto, a maioria provavelmente irá responder ''arroz e feijão''. A mistura bem tradicional no país também é a queridinha de nutricionistas. 

A nutricionista funcional Silvia Regina Serra, de Londrina, explica que a dupla, apesar de parecer simples, é muito nutritiva. ''O arroz é rico em amido, sendo uma ótima fonte de energia. Além disso fornece ferro, vitaminas B e proteínas. Já o feijão é um dos vegetais mais ricos em proteína, a qual tem a sua absorção pelo organismo facilitada pelo amido contido no arroz. O feijão também é rico em ferro e outros minerais'', detalha. 

Outra vantagem, segundo a especialista, é que a dupla equilibra o índice glicêmico, ou seja, enquanto o arroz sozinho pode disparar as taxas de açúcar e insulina na circulação, o feijão tem o poder de conter esse efeito, o que mantém a glicose estabilizada. Ambos também se completam em aminoácidos diferentes, como a lisina e a metionina. 

''Um prato de arroz e feijão tem quase a mesma quantidade de proteínas encontradas na carne. O que as pessoas não sabem é que quando não consumimos arroz com feijão nosso organismo fica mais propenso a desenvolver uma série de doenças'', alerta Silvia. 

Sem exageros 

Não há uma quantidade mínima diária a ser consumida, desde que não haja exageros. Verduras, legumes e frutas devem acompanhar o arroz com feijão. Silvia recomenda também que o arroz branco seja trocado por arroz integral, que tem um teor de fibras maior, o que ajuda na redução da glicemia e da gordura abdominal. 

''As fibras formam uma espécie de goma quando entram em contato com a água e, assim, tornam a digestão mais lenta, fazendo com que o açúcar proveniente dos alimentos seja assimilado aos poucos. Se não fosse dessa forma, aumentaria a produção de insulina, hormônio responsável por mandar a glicose para dentro das células. Só que, em excesso, ele infla os pneus da barriga e, ainda, abre caminho para o diabete'', explica a nutricionista. 

Mesmo comendo arroz com feijão todos os dias é possível variar o prato, graças às variedades disponíveis - integral, selvagem, arbóreo e parboilizado, entre outros, todos com fibras e metionina, um aminoácido que evita a queda dos cabelos, hidrata pele e unhas e ainda é precursor da serotonina, uma espécie de antidepressivo natural, segundo Silvia. 

Saúde do coração 

Já o feijão preto é rico em ferro e também contribui para a saúde do coração não só através das qualidades da sua fibra, mas também nas quantidades significativas de ácido fólico e magnésio. 

''O magnésio é um canal bloqueador de cálcio da natureza. Quando o magnésio é bastante próximo, veias e artérias relaxam, o que diminui a resistência e melhora o fluxo de sangue, oxigênio e nutrientes por todo o corpo'', destaca a nutricionista, que acrescenta que o feijão preto também contém compostos chamados polifenóis, úteis para as pessoas com colesterol elevado, pois atuam como antioxidantes no sangue. 

Mesmo quem não gosta de feijão não precisa se preocupar. Silvia explica que é possível substituí-lo por outro grão do mesmo grupo alimentar - as leguminosas -, isto é, todos os alimentos produzidos em vagem, como grão-de-bico, ervilha, soja, lentilha, fava e tremoço. 

O único alerta é evitar prepará-los com ingredientes gordurosos, como bacon e linguiça, que aumentam muito o valor energético da receita, além de fornecer gorduras saturadas e colesterol, grandes inimigas da saúde. ''Prefira prepará-los com cebola, alho, sal e outros temperos'', recomenda a especialista.

Érika Gonçalves 
Reportagem Local

LONDRINA - CHEIDA DENUNCIA BARBOSA NETO

BONDENEWS

O ex-prefeito de Londrina e deputado estadual Luiz Eduardo Cheida (PMDB) e o atual prefeito da cidade, Barbosa Neto (PDT), protagonizaram ontem uma discussão sobre o caso Sanepar. Em entrevista coletiva na manhã de ontem, Barbosa criticou o peemedebista por ter prorrogado o contrato com a Sanepar em 1995. Questionado sobre o assunto pela reportagem, Cheida informou que vai solicitar ao Tribunal de Contas (TC) do Paraná que verifique a legalidade da contratação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para fazer um levantamento patrimonial da companhia de saneamento. Amparada no artigo 24 da Lei de Licitações, a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) contratou a FGV sem licitação por R$ 595 mil por três meses. O contrato foi anunciado anteontem pela CMTU. 

''O prefeito vai pagar mais de meio milhão de reais para uma consultoria que não é necessária. A Sanepar é concessionária de serviço público e tem obrigação de fornecer todas as informações de que o município necessita'', declarou Cheida. ''Vou levar esse fato ao Tribunal de Contas na próxima segunda-feira.'' 

Na entrevista coletiva ontem de manhã, Barbosa justificou a escolha da FGV. ''Não podemos entrar numa discussão de um contrato bilionário sem antes ter os números reais. Consultamos o Instituto Brasileiro de Consultoria e o preço (da FGV) está abaixo de praticado por outros e até por ser uma fundação de notório saber jurídico como é o caso da FGV'', declarou o prefeito. 

Os dados incluem um levantamento sobre o patrimônio da empresa em Londrina, valores investidos ao longo dos anos, faturamento e eventual reversão de bens ao patrimônio municipal, e devem embasar decisão do município sobre o futuro dos serviços de esgoto e abastecimento de água, terceirizados para a Sanepar em 1973 pelo ex-prefeito José Richa. O contrato expirou em 2003, segundo o município, e as leis municipal e federal sobre saneamento urbano determinam que contratos antigos sejam revistos. Desde então, o contrato entre o município e Sanepar vem sendo prorrogado emergencialmente. 

A Sanepar, em manifestações anteriores de seus direitores, entende que o contrato original está em vigor porque em 1995 - oito anos antes do fim do contrato - o então prefeito Cheida teria prorrogado o contrato por mais 30 anos. Tal prorrogação seria irregular, uma vez que os procedimentos ocorreram através de termos aditivos. 

Barbosa questionou a prorrogação feita naquela época. ''Teve prefeito que fez um contrato de gaveta entre a prefeitura e a Sanepar, nem mandou para a Câmara Municipal. Na verdade, ele deveria ser responsabilizado civil e criminalmente pelo lucro cessante e até pelos prejuízos que a prefeitura teve nesses últimos anos. Renovar precariamente o contrato é um desserviço e o município abriu mão de milhões e milhões de reais'', disse o prefeito em entrevista coletiva. 

Cheida afirmou que a prorrogação ocorreu regularmente, mas não se lembra detalhes e por que razão ocorreu 8 anos antes do fim do contrato. O deputado desafiou Barbosa a processá-lo pela suposta irregularidade. ''Se o prefeito acha que houve danos ao erário é obrigação dele me denunciar, exigir providência sob pena de estar prevaricando'', afirmou Cheida.

Loriane Comeli 
Reportagem Local